História
Em 1971 surgiu em Pernambuco um grupo musical que traçava um novo caminho para a MPB. Diante da indecisão no cenário da música nacional, após a irrupção do movimento tropicalista, o QUINTETO VIOLADO apresentava uma proposta fundamentada nos elementos musicais da cultura regional, através de trabalhos de pesquisa e da própria vivência de cada um dos seus integrantes, originários da região Nordeste do Brasil.
Conseguindo extrair das mais simples manifestações populares a sua essência rítmica e melódica, o Grupo criou uma nova concepção musical, cujo traço fundamental é a interação entre o erudito e o popular, sem desfiguração, reafirmando a idéia de que toda arte é sempre a universalização do popular. Com excepcional criatividade e talento, o QUINTETO VIOLADO, em seu disco de estréia, talvez nem sequer imaginasse que, muito mais que uma nova roupagem orquestradora, estava produzindo a semente de uma mudança no modo de sentir e expressar a música brasileira.
Já são 35 anos de trabalho, onde se intercalam pesquisas, espetáculos, discos, festivais e excursões internacionais. A saga do QUINTETO VIOLADO percorrendo o Brasil inspirado numa filosofia mambembe, desde o sul, com toda a sua influência nativista, até a Amazônia, onde os ritmos e sons da natureza falam mais alto, está hoje registrada em livro, vídeo e mais de 47 discos lançados no Brasil e no exterior.
Além da memória, fixada em mais de um milhão de quilômetros percorridos em estradas brasileiras, conquistando e despertando o interesse das mais variadas platéias, que representam a motivação maior para sua caminhada. Hoje, há um amadurecimento cultural e profissional do grupo, que se mantém dinâmico em seu trabalho e com a consciência crítica de que não se acomodou ou fez concessões aos modismos da indústria cultural.
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Inicialmente formado por Toinho (Antônio Alves, Garanhuns PE 1943), canto e baixo acústico; Marcelo (Marcelo de Vasconcelos Cavalcante Melo, Campina Grande PB 1946), canto, viola e violão; Fernando Filizola (Limoeiro PE 1947); Luciano (Luciano Lira Pimentel, Limoeiro PE 1941), percussão, e Sando (Alexandre Johnson dos Anjos, Garanhuns, 1959), flautista, na década de 1990 passou a ser integrado por Toinho, baixo acústico, compositor, cantor e diretor musical do conjunto; Marcelo, violonista, violeiro, cantor e compositor; Ciano (Luciano Alves, Garanhuns PE 1959); Roberto Menescal (Roberto Menescal Alves Medeiros, Garanhuns PE 1964), cantor e percussionista; e o tecladista e arranjador Dudu (Eduardo de Carvalho Alves, Recife PE 1970). Apresentou-se pela primeira vez, ainda sem a denominação que o tornou famoso, em janeiro de 1970, na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco. Em outubro de 1971, quando se apresentou no Teatro da Nova Jerusalém (Fazenda Nova PE), seus integrantes foram chamados de "os violados", nascendo dai o Quinteto Violado. Gilberto Gil os apresentou ao produtor Roberto Santana, da Phonogram, e o aparecimento do conjunto foi exaltado por Caetano Veloso Em 1972 apresentou-se em São Paulo SP e lançou o primeiro LP, Quinteto Violado em concerto, pela Philips, que incluía Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). O disco foi lançado no Japão, com o titulo Asa Branca. Ainda em 1972 fez temporada na boate Monsieur Pujol e no restaurante Di Monaco, no Rio de Janeiro, e no Teatro Vila Velha, de Salvador BA, seguindo-se atuação no show O Anjo Guerreiro contra as baronesas, em Recife. Com o produtor Marcus Pereira, participou da pesquisa e posterior gravação da serie de quatro discos Musica Popular do Nordeste (1973), depois reeditados em CD. Por sua participação na pesquisa musical, arranjos e produção da serie, recebeu os prêmios Noel Rosa e Estácio de Sá, este do MIS, do Rio de Janeiro. Ainda em 1973 gravou o disco Berra Boi (Philips). No ano seguinte montou o show A feira, que lançou Elba Ramalho e foi gravado em LP pela Philips, iniciando também circuito de concertos de música nordestina nas universidades brasileiras. Em 1975 montou o espetáculo Folguedo (lançado em disco pela Philips), apresentado no adro do Mosteiro de São Bento, de Olinda PE. O grupo participou ainda do MIDEM, na França, e do Encontro Latino-Americano de Turismo, em Trujillo, Peru. Entre 1977 e 1978 realizou 97 concertos-aula destinados a alunos da rede oficial de ensino de Pernambuco. Realizou varias montagens de grande sucesso: Missa do vaqueiro (1976), Antologia do baião (1977), Até a Amazônia (1978), Pilogamia do baião (1979), o infantil O rei e o jardineiro (1981), Noticias do Brasil (1982), Kuire (1987) e História do Brasil(1987), todos gravados em LPs e depois reeditados em CDs. Alem desses, gravou os LPs Desafio (Independente,1981), Coisas que o Lua canta (Continental, 1983; CD Philips), Ilhas de Cabo Verde (Mato, 1988), Algaroba (RGE, 1993), entre outros. Foi de grande importância sua participação na animação do Carnaval do Recife, com apresentações no Bloco Azul, a partir de 1977, sendo em parte responsável pela volta do "Carnaval Participação" às ruas. Em 1995 produziu e gravou a trilha sonora do filme Corisco e Dadá, dirigido por Rosemberg Cariry. Ao comemorar 25 anos de atividades, em 1997, o conjunto somou em seu currículo: 30 discos lançados no Brasil e seis outros no exterior; dez viagens internacionais; duas premiações no MPB Shell (1980 e 1981), no Rio de Janeiro e três Prêmios Sharp de Música (1993, 1994 e 1996). Em 1996 o grupo montou o espetáculo 25 anos não são 25 dias, na concha acústica da UFPE, reunindo antigos e novos componentes do cenário musical nordestino e, em 1997, foi criada a Fundação Quinteto Violado, com o objetivo de dar apoio a promoções culturais.
Prêmios
* 1973 - Berra Boi - Melhor Show do Ano wikpela Revista Veja.
* 1974 - Troféu Noel Rosa - Melhor Conjunto Instrumental do Brasil, pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo.
* 1980 - Prêmio de Melhor Arranjo para a música Rio Capibaribe (Toinho Alves - João de Jesus Paes Loureiro) no MPB-80, festival de música popular da Rede Globo.
* 1982 - Prêmio Disco Visão, oferecido pela Associação Brasileira de Produtores Fonográficos.
* 1991 - Medalha de Mérito da Fundação Joaquim Nabuco - 1992 - Prêmio Sharp na categoria Melhor Grupo Regional.
* 1993 - Título de 'Melhor do Ano', pela Rádio Clube de Pernambuco.
* 1996 - Prêmio Sharp na categoria Melhor Grupo Regional.
* 1997 - Medalha do Mérito José Mariano, concedida pela Câmara Municipal do Recife.
* 1997 - Título de 'Memória Viva do Recife', concedido pelo Museu da Cidade do Recife.
* 1998 - Troféu Cultural Cidade do Recife.
Discografia
* Quinteto Violado, 1972
* Berra Boi, 1973
* A Feira, 1974
* Folguedo, 1975
* Missa do Vaqueiro, 1976
* Antologia do Baião, 1977
* ...Até a Amazônia?, 1978
* Pilogamia do Baião, 1979
* Desafio, 1981
* Notícias do Brasil, 1982
* Enquanto a Chaleira não Chia, 1984
* Coisas que o Lua Canta, 1983
* O Guarani, 1986
* História do Brasil, 1987
* Missa do Vaqueiro(segunda versão), 1991
* Algaroba, 1993
* Retrospectiva em 5 movimentos, 1995
* 25 anos não são 25 dias, 1996
* Quinteto Canta Vandré, 1997
* Farinha do Mesmo Saco, 1999
* Visão Futurística do Passado, 2001
* Retirantes, 2003
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