Pedrinho Mattar

Pedrinho Mattar

Música Clássica

Pedro Mattar, conhecido como Pedrinho Mattar, (São Paulo, 20 de agosto de 1936 ? Santos, 7 de fevereiro de 2007) foi um pianista brasileiro.
Sua família o chamava de Pedrinho por ser o caçula de dez irmãos. Filho de libaneses começou com o estudo de piano muito cedo, na escola de Magdalena Tagliaferro. Frequentava com seu pai o Restaurante Trianon, casa de chá da avenida Paulista, onde se tocava piano ao vivo. Começou os seus estudos em piano clássico somente em 1962. Tocava em inferninhos (escondido do pai) com o conjunto Os anjos do Inferno, tendo como componente João Gilberto.
Em 1953 já acompanhava os festivais de música realizados na União Cultural Brasil-Estados Unidos, onde estudava. Em 1959 viajou a Las Vegas, acompanhando a cantora Leny Eversong, que, apesar de brasileira, só cantava em inglês. Em 1960 acompanhou o cantor Agostinho dos Santos em turnês pela Argentina e Uruguai.
Presença marcante na música brasileira, freqüentava junto com outros músicos o João Sebastião Bar do jornalista Paulo Cotrin, no bairro da Consolação, uma usina de nomes que eram ou seriam destaque no mundo da música, como: Chico Buarque, Elis Regina, Maysa, Claudette Soares, César Camargo Mariano, Taiguara, Marisa Gata Mansa etc.
Viajou por diversas vezes com a cantora Claudette Soares, no eixo Rio-São Paulo. Em 1962 tocou para a cantora Maysa em Portugal e na Espanha. Foi responsável pela produção musical do Programa Bibi Ferreira na televisão. Excursionou pelo Brasil, acompanhado de Luís Carlos Miele e Sandra Bréa - 1976 - Caso Water-Closed e Dzi Croquettes.
Na superboate paulistana Gallery (1982), que reunia boêmios e fãs da boa música, de quem se dizia que poderiam gastar mais de dois salários mínimos numa noite, a imagem do Pedrinho Mattar era a do pianista de smoking, impecável na execução de um repertório internacional.
O flautista e saxofonista Derico, o pianista Sérgio Sciotti (que com Derico forma o Duo Sciotti)são seus sobrinhos.
Uma de suas irmãs - Mercedes Mattar - pianista é responsável pela organização do Concurso Internacional de Piano, em São Paulo.
Era apresentador e solista do programa de televisão Pianíssimo - da Rede Vida , desde 1990.
Uma das canções que mais gostava de tocar era "As Time Goes By do filme Casablanca, música tema da abertura do seu programa Pianíssimo.
Afável com o público, mas duro com os imitadores de seu estilo (que proliferavam), ele costumava ser extremamente zeloso com suas partituras, muitas com correções visíveis à mão, as quais tomava o cuidado de impedir que as câmeras da Rede Vida focassem diretamente durante seu programa "Pianíssimo", que estreou nos anos 90.
Muitas vezes, durante o próprio programa, chegou a cobri-las com a mão de forma nada discreta, durante as execuções de peças. Disse a este repórter, certa vez, que o motivo era que seus arranjos estavam sendo copiados por plagiadores que nada lhe pagavam, e que faria de tudo para impedi-los. Inclusive mover ações judiciais, se necessário.
No entanto, quando encontrava um telespectador apaixonado de verdade por sua forma de tocar, ou um simples amante da música sem fins lucrativos, não hesitava em enviar uma partitura autografada para a casa do fã, sem nada cobrar.
Pedrinho Mattar, no fundo, era um tipo romântico, obcecado pela música e pelo instrumento que tocava. Do tipo que quebrava a parede da sala de estar do próprio apartamento, mandava içar um piano de cauda por uma dezena de andares e depois mandava fechar a parede de novo.
Pedrinho Mattar foi o último de sua espécie. Restaram seus imitadores.

Curiosidades
* Pedrinho Mattar e seu pai freqüentavam a confeitaria e Restaurante Trianon, no Belvedere Trianon, local que, no passado, havia sido ponto de encontro de Mário de Andrade e seus amigos modernistas e onde fica atualmente o Museu de Arte de São Paulo - MASP.
* Apresentou-se na Casa Branca para o presidente Jimmy Carter e esposa.
* Fez uma apresentação para o povo, na escadaria externa do Teatro Municipal de São Paulo.
* Em 1993, Pedrinho Mattar morava no edifício Baronesa de Arary, na avenida Paulista esquina com a rua Peixoto Gomide, que tinha sido condenado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo por falta de segurança e de manutenção da rede elétrica. Pedrinho Mattar, para resgatar seu instrumento, mandou derrubar a parede da sala de visitas que dava para a av. Paulista, descendo o piano com cordas e roldanas. A operação parou, literalmente, a avenida. Mudou-se, então para sua casa no Embaré, Santos. Read more on Last.fm. User-contributed text is available under the Creative Commons By-SA License; additional terms may apply.