A história de Álvaro Tito confunde-se com a história da música gospel. Apesar de ter aparecido ao público no começo da década de 80, pela extinta gravadora Desperta Brasil, Álvaro já trazia na bagagem diversos troféus amealhados dos concursos musicais patrocinados pelas igrejas, durante a fase criança-adolescente.
Um detalhe singularíssimo é que, enquanto os outros candidatos participavam com músicas consagradas pelos medalhões de então, o garoto Álvaro inscrevia-se (e ganhava) cantando canções de sua autoria, tais como O Amor de Deus (incluída mais tarde no long-play Deus Está Aqui, lançado pela Nancel Produções) e Meu Refúgio (CD Cenas, pela Som e Louvores).
Seu primeiro trabalho foi Meu Ser para Cristo, uma canção autoral, vindo em seguida Deus Transforma (Edson Coelho). Mas foi com o inusitado disco Não Há Barreiras, feito em 1986, pela antiga multinacional Polygram (hoje Universal Music), que Álvaro Tito alcançou, definitivamente, a projeção nacional.
Um fato marcante em sua carreira é que, a partir do LP Não Há Barreiras, o próprio Álvaro arranjava e produzia musicalmente seus fonogramas, além de executar a bateria. Na época isso trouxe um quê de resistência aos diretores da Polygram, pois, sendo ainda a música gospel brasileira olhada com certa reserva pela mídia pop, como creditar a um rapaz de 16 anos, imberbe, a batuta de uma produção fonográfica daquela envergadura?
No entanto, o resultado que o disco trouxe à carreira de Álvaro Tito fala por si. Posteriormente vieram mais de dez obras, entre o vinil e o compact disc, que confirmaram, insofismavelmente, o talento do autor/cantor e acabaram por influenciar vários intérpretes que vieram depois dele. Ainda como marca indelével deste sucesso estão as inesquecíveis Pelo Sangue de Jesus (autoral) e Não Há Barreiras (Elvis Tavares).
Álvaro Tito costuma fazer, em suas produções, um verdadeiro passeio rítmico, que vai da inclusão de baladas, reggaes, salsas, guarânias, soul, até inserções jazzísticas (vale a pena conferir Quem Te Salvará, do CD Levanta-te, numa levada à lá Al Jarreau). Enfim, ele abusa da versatilidade.
A fama de excelente intérprete já rompeu os muros da gospel music, acarretando em convite, certa vez, para atuar como cantor popular, o que foi, prontamente, rejeitado por Álvaro Tito. Registre-se que, recentemente, o cantor Chrigor (ex-Exaltasamba) gravou CD solo incluindo uma música de Álvaro, comprovando sua transcendência musical. Read more on Last.fm. User-contributed text is available under the Creative Commons By-SA License; additional terms may apply.